O Centro Português de Fotografia apresenta uma exposição que pretende homenagear as mulheres fotógrafas representadas na Coleção Nacional de Fotografia, cujas práticas individuais contribuíram para a excelência da narrativa fotográfica e romperam com os conceitos preconcebidos de uma profissão dominada pelos homens.
Local: Antiga Cadeia e Tribunal da Relação do Porto, Centro Português de Fotografia
Data e hora de abertura: 5 de março de 2022, às 15h00
Data de termo: 22 de maio de 2022
O papel das mulheres que, durante séculos, se circunscreveu ao lar ou à reclusão
monástica, teve um novo protagonismo no final do século XIX e início do século XX
quando muitos paradigmas foram postos em causa, designadamente a emancipação das
mulheres e o seu envolvimento em diversas áreas e atividades da vida social.
As alterações políticas e sociais que se seguiram à Segunda Guerra Mundial permitiram
transformações profundas, nomeadamente o abandono do estereótipo da mulher como
um ser fraco, passivo e dependente.
A partir do final da década de 70 do séc. XX, a arte das mulheres – e das fotógrafas
mulheres, em particular – passa a ser interpretada e valorizada, não apenas como
expressão de singularidade mas como ferramenta de desconstrução do “olhar
masculino”.
Com o objetivo de mostrar esta evolução, destacamos as preocupações sociais de Doris
Ulmann que retratou os trabalhadores afro-americanos nas plantações do sul dos EUA ou Edith Tudor Hart que, enquanto discípula da Bahaus, tinha como objetivo devolver à arte uma missão social.
Com II Guerra Mundial, Margaret Bourke-White aparece como a primeira mulher
correspondente de guerra, enquanto Sabine Weiss Weber, nos anos 50, foi considerada a
Grande Dama da fotografia humanista.
Em 1960, Vieira da Silva é retratada pela russa Ida Kar que nunca conseguiu integrar-se
no ambiente fotográfico, cada vez mais comercial na década de 60.
No final do século o leque fotográfico feminino alarga-se: nos anos 90, temos o registo
fotográfico de Cristina Garcia Rodero sobre os ciganos católicos, enquanto que,
simultaneamente, nos surge a teatralidade das imagens da fotógrafa-poeta – Flor
Garduño.
Em Portugal, Helena Almeida, uma das artistas plásticas mais proeminentes da segunda
metade do século XX, criou uma obra que atravessa as fronteiras disciplinares e
questiona as relações entre o corpo, a obra e o espaço.
Esta exposição pretende, assim, homenagear as mulheres fotógrafas representadas na
Coleção Nacional de Fotografia, cujas práticas individuais contribuíram para a excelência
da narrativa fotográfica e romperam com os conceitos preconcebidos de uma profissão
dominada pelos homens.
