Nelson Gomes – Coimbra, Portugal.
Bom, para falar sobre o meu trabalho teríamos de regressar aos tempos despreocupados que passava a desenhar e a pintar, a ver o mundo e a representá-lo de forma verdadeira, primordial e ingénua. Antes de saber escrever, comunicava com as imagens. E isso marcou-me de tal forma o percurso académico que, durante secundário e superior me vejo ainda a descobrir e a explorar essa forma de comunicação. A imagem enquanto meio de expressão foi, é e será sempre a forma mais universal de comunicação e como tal, a capacidade de percecionar não deve nunca escapar ao nosso controlo. Porque a função sensorial – a visão – deve evoluir até à experiência da perceção. A imagem está presente no dia a dia e como tal é uma ferramenta preponderante na compreensão do mundo que nos rodeia e per si, instrumento de inegável força na transmissão de imagéticas associadas à comunicação, à codificação e descodificação de sensações e narrativas visuais, desbloqueando as análises cognitivas dos públicos. Premissa esta que é colocada em todos os géneros fotográficos sem exceção.
A fotografia é naturalmente por isto, uma expressão artística de eleição e que abraço ainda na era analógica. São os códigos visuais que me atraiem e por isso, tento sempre explorar a retórica visual, como forma de expor e reforçar uma estética pessoal, aliada ao domínio de técnicas que otimizem essa estética. Tento não esquecer o equilíbrio entre a técnica e a estética, orintando os processos criativos para que nunca se aniquilem mutuamente. Atualmente, na fotografia que faço tento por isso salientar aquilo que existe pela luz e aquilo que também existe, pela penumbra.
Apaixonado pela imagem em geral, é na fotografia de rua e no retrato intimista que atualmente me encontro. Acredito que há sempre espaço para a aprendizagem, e com dedicação e empenho constante há sempre evolução, mesmo em géneros fotográficos que não são, para já, alvo da minha criação. A tentativa e o erro são parte integrante do meu processo, muito experimentalista e conceptual. Partindo de regras, reinventar a luz, os planos, errando e tentando novamente até encontrar a fruição pessoal que todos -acredito- devemos sentir em tudo o que fazemos. Só assim podemos evoluir, até chegar à fotografia que nos preencha totalmente. Mas isso será sempre amanhã, como dizia Imogen Cunningham:
“Qual das minhas fotografias é a minha favorita? Aquela que farei amanhã.”
Iniciou os estudos em Artes Plásticas no ano de 1990/91 na licenciatura de Design Gráfico e Comunicação. Licenciado em Pintura pela Escola Universitária de Artes de Coimbra (ARCA-EUAC). Atualmente é fotógrafo na DOIS® fotografia e professor do ensino básico e secundário.
Onde encontrar mais do meu trabalho :
olhares.com/neljoagomes
www.facebook.com/nelson.gomes.7902
www.behance.net/neljoagome2270
www.instagram.com/neljoagomes/

cosmic dust #2

tiny specs, of cosmic dust

breathe #2

don’t call me… I’ll call you!

seize the light #4

glittering eyes

mist

histórias suspensas

coq au vin

i guess i’m floating

wondering dreams

“take a deep breath”

rock and roll #2

leather

mirror, mirror… on the wall…#3